Esposa recebe rim do marido em embalagem de suco no Raul Sertã, em Nova Friburgo
Órgão deveria ter sido encaminhado para biópsia em março, mas nem teria saído do hospital
19/07/19 - 12:00 | Atualizada em 19/07/19 - 12:36
Mais um caso envolvendo a saúde, em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio. Na última quarta-feira, 17 de julho, após meses de espera pelo resultado de um exame, uma mulher saiu do Hospital Municipal Raul Sertã, com um dos rins do marido em uma embalagem de suco de maracujá.
O homem de 62 anos teve seu rim retirado, no hospital, no dia 20 de março, após a descoberta de um tumor. O órgão, que deveria ter sido encaminhado para o Rio de Janeiro para a realização de uma biópsia, nem chegou a sair do hospital.
Para Maristher Fukuoka, esposa do paciente, foi uma surpresa receber o órgão embalado em suas mãos. Segundo ela, consta no livro do hospital que o rim foi para o Rio de Janeiro no dia 23 de março para a realização do exame que comprovaria o se o tumor era maligno ou benigno, mas, um funcionário do hospital, que preferiu não se identificar, comunicou que o órgão nunca saiu do estabelecimento.
Mandaram o meu marido assinar um papel e nós pegamos o rim. Eles entregaram dentro de uma embalagem com o nome dele e eu saí procurando laboratórios, sem saber para onde levar. Aí me falaram que um laboratório na Rua General Osório fazia a biópsia, e eu levei para lá. Mas não tem comprovação de que esse rim é dele mesmo. Eu não sei o que eu vou fazer, vou perguntar ao laboratório se conseguem fazer um teste de DNA.
E a história não termina por aí. Maristher comenta que, durante a realização dos primeiros exames do marido, os médicos alertaram que o outro rim, que não foi retirado na cirurgia, também estava afetado, mas poucas recomendações foram dadas para o tratamento.
Maristher Fukuoka junto ao marido | Foto: Reprodução/Redes Sociais
“O meu marido passou mal, achando que era uma crise renal. Chegamos no hospital, ele fez um exame, viram o tumor e ele foi direto para cirurgia. Ele retirou o rim e disseram que iam mandar para biópsia. Segundo os médicos, o outro rim também está comprometido. Falaram que ele tem que fazer dieta para não correr o risco de fazer hemodiálise. Agora ele está em casa fazendo uma dieta, e receitaram só dipirona para a dor.”
A Prefeitura Municipal de Nova Friburgo preferiu não comentar o caso, mas comunicou que, com a saída de um funcionário do setor de realização de biópsias, a demanda ficou atrasada. Ainda de acordo com o executivo, novo profissional já foi contratado para a função e a tendência é que, em breve, o serviço esteja normalizado.
Rim do marido de Maristher foi entregue em embalagem de suco de maracujá | Foto: Arquivo pessoal/Maristher Fukuoka