Os impactos do coronavírus no setor cultural: "Não sei como vamos fazer daqui para frente"
Artistas friburguenses revelam o que têm feito e qual o impacto desta crise
18/03/20 - 15:12
O surto do novo coronavírus, o covid-19, gerou efeitos na economia e no esporte, mas também reverberou no setor de cultura. Seja com salas de cinema fechadas, produções tendo suas estreias adiadas e até novelas brasileiras com gravações interrompidas, o impacto foi enorme.
Para o ator e diretor de Nova Friburgo, Bernardo Dugin, tudo está parado, mas é hora de atender às determinações das autoridades.
“Neste momento está tudo parado por recomendações óbvias das autoridades e a classe entende que é o melhor a se fazer. Isso, certamente, vai ter um impacto na vida de todos nós, pois não sabemos quando isso vai se resolver. E por isso é fundamental que respeitemos as decisões de ficar em casa”, afirma, antes de deixar um alerta.
Em todo o momento de crise, ele pode provocar uma reflexão e uma mudança do modo como a gente se programa, trabalha e se ajuda. Este é um período de reflexão para crescimento e aprimorar nossos procedimentos profissionais e humanos.
Bernardo Dugin afirma ainda que muitas pessoas da classe artística estão focadas em projetos, escrever e gravar vídeos, visto que o streaming vai ter ainda mais acessos em razão do isolamento domiciliar forçado pela pandemia.
“Nesta época de isolamento em que as pessoas estão em casa assistindo a séries, novelas e lendo livros, vale destacar o nosso trabalho, que envolve muitas pessoas para oferecer este entretenimento a todas as pessoas”, revela.
Por sua vez, na música, com eventos, shows e festas adiadas ou suspensas, o prejuízo também é grande, como revela o vocalista da banda friburguense Os Bartira, Rodolpho Barbosa.
“Tivemos oito shows desmarcados desde a semana passada. E, no total, dos 15 eventos que teríamos em março, 13 já foram cancelados, e os outros dois também devem ser. Eu acredito muito que nosso povo vai dar a volta por cima, mas em questão de cultura, este ano será muito difícil. A economia já deve um baque e sabemos que a primeira verba cortada é a da cultura. Então, acredito que iremos sofrer ainda mais, pois muita gente acha que é supérfluo”, destaca.
Ele declara que ainda não sabe o que vai fazer para fazer os recursos renderem.
“Não sei como vamos fazer daqui para frente, mas vamos viver um dia após o outro. Não temos mais a garantia de ter aquela grana de reserva pela falta de eventos e temos que seguir pagando contas como escola, imposto e até obra. Vamos rezar e lutar para sairmos dessa”, revela.