Nova Friburgo tem o segundo dia útil de comércio fechado e ruas quase vazias
Somente setores essenciais, como supermercados e farmácias, estão autorizados a funcionar diante das medidas de prevenção à pandemia de covid-19
24/03/20 - 13:03
A proibição de funcionamento de diversos segmentos da economia, como lojas, fábricas e serviços não essenciais, somado à recomendação para que as pessoas fiquem em casa, mudou a paisagem em diversas cidades do Brasil. Em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, a manhã desta terça-feira, 24, foi marcada pela tranquilidade e por pouco movimento nas ruas.
Rua do Cônego vazia na manhã desta terça; apenas comércios essenciais estão autorizados a funcionar | Foto: Alisson Dutra
Paróquia de San’tana, no Cônego, teve missas canceladas | Foto: Alisson Dutra
No bairro Cônego, a circulação de pessoas e carros era muito pequena, e apenas os serviços considerados essenciais, como padaria e farmácia, estavam abertos. Na porta da paróquia de San’tana, havia um aviso para os fiéis sobre o cancelando das missas.
Algumas pessoas caminhavam pela Via Expressa, enquanto pistas estavam sem carros nesta manhã | Foto: Alisson Dutra
Recomendação é para que pessoas fiquem em casa, mas alguns aproveitaram a manhã de sol para se exercitarem, na Via Expressa | Foto: Alisson Dutra
Na Via Expressa, local conhecido pelo grande fluxo de veículos, que cortam caminho entre o Cônego e Olaria, o cenário era bem diferente do habitual. Apenas algumas pessoas caminhavam e utilizavam a academia ao ar livre, mesmo com o pedido para que a população fique em casa.
Olaria teve poucas pessoas nas ruas, mas muitos carros circulando nesta manhã | Foto: Alisson Dutra
Supermercado de Olaria limita entrada de pessoas e adota fila com distanciamento entre clientes para evitar propagação do novo coronavírus | Foto: Alisson Dutra
Em Olaria, o bairro mais populoso do município, havia mais carros do que pessoas. Um supermercado do bairro adotou medidas para controle do fluxo de clientes, além de cuidados para evitar a disseminação do novo coronavírus.
“A partir de hoje, 24, a gente colocou um número de pessoas dentro da loja, mais ou menos 50, 60 pessoas. E na medida que saem dois, entram mais dois. Reduzimos o número de funcionários também, e fizemos dois turnos”, diz o gerente Leandro de Araújo.
Acesso de clientes foi restringido em farmácia do Centro de Friburgo; atendentes usam luvas e máscaras | Foto: Alisson Dutra
A mudança na forma de funcionamento e atendimento também aconteceu numa farmácia, que fica na praça Getulio Vargas, no Centro.
“Estamos com o esquema de entrada de cliente de dois em dois, para evitar aglomerações, porque tem muitos idosos que vêm aqui. As pessoas estão cooperando e entendendo, até que bem. Todos os funcionários com equipamento de segurança que é exigido no Conselho de Farmácia. A gente só pode trabalhar com esses aparelhos (a máscara e a luva)”, comentou a balconista Pamela Lopes.
Perguntada sobre os itens que mais são buscados pelo consumidor, Pamela nem hesita em responder: “álcool gel, máscara e álcool líquido”, revela. Mas, segundo a balconista, os produtos estão em falta. “Não está tendo nem para a gente comprar. E sem previsão de chegada”, complementa.
Mulher se higieniza com álcool em gel na porta de um supermercado em Olaria | Foto: Alisson Dutra
A dificuldade para os comerciantes, agora, é entrar em um consenso com os fornecedores. Assim como a farmácia, o supermercado do bairro Olaria também sofre com a falta de alguns itens, assim como o aumento no preço de alguns produtos.
“O que está acontecendo muito é a negociação com os fornecedores, porque, infelizmente, o fornecedor quer aumentar (o preço) e a gente está diminuindo a nossa margem (de lucro), então a gente não quer afetar o consumidor”, finaliza o gerente do supermercado.