MPF realiza inspeção no hospital de campanha de Nova Friburgo
Intuito da ação foi apurar as causas do atraso na abertura do hospital, que ainda não tem leitos nem equipamentos
08/05/20 - 18:19
O Ministério Publico Federal (MPF) realizou inspeção, nos dias 6 e 7 de maio, no hospital de campanha de Nova Friburgo, instalado no Ginásio Esportivo Frederico Sichel, localizado no distrito de Conselheiro Paulino. O objetivo da ação foi apurar as causas do atraso na abertura do hospital, conforme noticiado com exclusividade pelo Portal Multiplix no dia 1º de maio. A inauguração da unidade estava prevista para o final de abril ou início de maio.
Segundo a Secretaria de Saúde do Governo do Estado, a abertura do hospital agora é estimada para a segunda quinzena de maio, sem garantia de que todos os leitos estarão disponíveis.
De acordo com o MPF, até o momento, o hospital não conta com os 60 leitos de enfermaria e 40 de terapia intensiva previstos no cronograma fornecido pelo Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), entidade contratada pela Secretaria Estadual de Saúde para a instalação de novos equipamentos no estado do Rio de Janeiro, pelo valor de R$ 770.575.579,00.
Na inspeção realizada pelo MPF, constatou-se que apenas o tomógrafo se encontrava em fase de finalização de instalação. Em relação ao restante do hospital de campanha, há pendências importantes na parte de estruturação e na montagem dos leitos, além da ausência de instalações hidráulica e de esgoto.
Parte do material a ser utilizado ainda não chegou ao Ginásio Esportivo Frederico Sichel, como os próprios leitos, inviabilizando o andamento dos trabalhos de montagem. Para o Procurador da República responsável pelo caso, João Felipe Villa do Miu, o atraso na abertura de novos leitos do Hospital de Campanha tem criado risco de colapso do Sistema Único de Saúde (SUS) local, o que pode deixar pacientes do SUS sem assistência médica digna.
O atraso também prejudica os esforços de retomada gradual das atividades no município de Nova Friburgo e região, que vêm convivendo há dois meses com restrições a liberdades fundamentais, perda de empregos e fechamento de comércios.
A reportagem do Portal Multiplix pediu uma posição sobre o assunto ao governo estadual e aguarda um retorno.