ISP revela mais de mil casos de injúria por preconceito no estado do Rio em 2021

Dados divulgados nesta semana pelo Painel Discriminação do Instituto de Segurança Pública (ISP) revelaram que das 1.365 ocorrências de injúria por preconceito, registradas no estado do Rio de Janeiro no ano passado, 75,89% delas, ou seja, 1.036, estavam relacionadas a vítimas negras.

A pesquisa destaca também que 166 pessoas sofreram preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional e outras 33 sofreram ofensa ao culto.

O levantamento mostra ainda que 56% das vítimas por injúria de preconceito são mulheres negras, o que significa que a cada dia, pelo menos uma delas foi vítima durante todo o ano de 2021.

Nos crimes de preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional, das 77 vítimas negras, 26,5% também são mulheres.

Realidade retratada através da arte

Intolerância religiosa foi um dos temas abordados pelas escolas de samba este ano | Foto: Divulgação/RioTour

A discriminação a diversos segmentos da sociedade tem sido ainda mais evidente. O que provoca um aumento de 'implosão social', expressão usada por historiadores para determinar a insatisfação desses grupos. O que gera debates e reflexões.

Isto pôde ser visto através dos enredos da maioria das escolas de samba deste ano.

O Portal Multiplix produziu uma matéria especial sobre este assunto e você pode conferir aqui

Crimes

Para a Justiça brasileira, a injúria por preconceito é o ato de discriminar um indivíduo em razão da raça, cor, etnia, religião ou origem.

O preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional tem por objetivo a inferiorização de todo um grupo étnico-racial e atinge a dignidade humana.

Já a tipificação criminal de ultraje a culto é determinada pela ridicularização pública, impedimento ou perturbação de cerimônia religiosa.

Como denunciar

Esses crimes podem ser denunciados em qualquer delegacia.

O estado do Rio de Janeiro conta ainda com a Delegacia de Combate a Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que é especializada no atendimento às vítimas de racismo, homofobia e intolerância religiosa.

A unidade fica na rua do Lavradio, nº 155, no Centro do Rio.

Os registros também podem ser feitos pela Delegacia Online da Secretaria de Estado de Polícia Civil.

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