Friburguense transforma dor da perda em solidariedade
Fátima Olívia perdeu parte da família na tragédia de 2011 e hoje dedica seu tempo a internos de clínica psiquiátrica
30/07/19 - 10:10
O que, para muitos, poderia significar o fim das esperanças, para ela foi um recomeço. Fátima Olívia, ou Dona Olívia, como é chamada em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio de Janeiro, viveu uma experiência comovente que a fez reunir suas forças com o intuito de ajudar o próximo, através do projeto ‘Corrente de Amor’.
Em janeiro de 2011, durante as fortes chuvas que atingiram toda a serra fluminense, Dona Olívia perdeu a casa onde morava e cerca de metade da família. A situação a deixou tão abalada que decidiu dedicar parte do seu tempo em ajudar aqueles que precisam. Ela visitou diversas instituições de caridade, mas foi na Clínica Santa Lúcia que se sentiu à vontade e decidiu se dedicar ao voluntariado.
“Eu faço esse trabalho há sete anos. É um projeto que traz para eles alegria, o lazer, as festas, o passeio lá fora, o lanche da tarde. Esse meu projeto é o que me faz viver. Sou muito feliz quando estou aqui, quando faço as festas. Eu transmito alegria, o amor que tenho por eles. Lá fora corro atrás de doações, para poder manter a “Corrente do Amor”, dar continuidade as festas e fazer a alegria deles”, conta.
Dona Olívia, como é conhecida, se veste de Mamãe Noel no Natal e faz a alegria de internos da Clínica Santa Lúcia, em Nova Friburgo | Foto: Reprodução/Portal Multiplix
Ao menos uma vez por semana, ela visita a casa de saúde. Nos outros dias, dedica-se aos internos de outras formas, como a realização de eventos para arrecadar dinheiro em prol da clínica. Ela revela que, apesar das dificuldades, receber a gratidão dos pacientes é seu maior presente. A Clínica Santa Lúcia atende 160 internos. Entre eles, pessoas com transtornos mentais.
“Na primeira vez em que vim à clínica e cheguei à recepção, o porteiro perguntou meu nome. Depois ele perguntou o nome do meu paciente e eu disse que eram todos. Que a partir daquele dia, todos eles seriam meus pacientes. E quando eu entrei, eles nem me conheciam ainda, eu sentei no chão com eles e havia trazido algumas balas. Essa foi a melhor parte. É uma imagem bem marcante, que ficou na minha memória”, finaliza.