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Ex-secretário de saúde do Rio de Janeiro é preso em ação do MPRJ

Edmar Santos foi detido em desdobramentos da operação Mercadores do Caos. Ele é apontado como integrante de organização criminosa

Por Matheus Oliveira
10/07/20 - 12:08
Ex-secretário de saúde do Rio de Janeiro é preso em ação do MPRJ Ex-secretário é apontado como integrante da organização que fraudou contratos de compra de respiradores | Foto: Reprodução/Tomaz Silva (Agência Brasil)

O ex-secretário estadual de Saúde, Edmar Santos foi preso nesta sexta-feira, dia 10 de julho, em um desdobramento da operação Mercadores do Caos. Ele é apontado como integrante de uma organização criminosa que fraudou contratos de compra de respiradores pulmonares, em caráter emergencial, para atendimento de pacientes com a Covid-19.

A operação foi feita pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e da Delegacia Fazendária da Polícia Civil.

A prisão foi cumprida na residência de Edmar Santos em Botafogo, na Zona Sul do Rio e ainda teve mandados de busca e apreensão na outra casa dele em Itaipava, distrito de Petrópolis, na Região Serrana. Todos os mandados foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal Especializada da Capital.

O MPRJ solicitou, e obteve na Justiça, autorização para acesso e extração do conteúdo armazenado nos materiais apreendidos, como telefones celulares, computadores e pen drives, inclusive de registros de diálogos telefônicos ou telemáticos, como mensagens SMS ou de aplicativos como WhatsApp, dentre outros.

Segundo o MP, este trabalho técnico será realizado pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ). Também foi deferida pela Justiça a medida assecuratória de arresto de bens e valores (sequestro de bens que vão ser submetidos à hipoteca legal) de Edmar até o valor R$ 36.922.920,00, equivalente aos recursos públicos desviados em três contratos fraudados para aquisição dos equipamentos médicos.

Segundo o MPRJ, nas investigações sobre a organização criminosa que se infiltrou e se apoderou das estruturas da Secretaria Estadual de Saúde do Rio, foi identificado, além do ex-subsecretário executivo Gabriell Neves, a presença de outro comandante do grupo: o próprio Edmar Santos, que sempre alegou desconhecer a existência de qualquer esquema de desvio de recursos e, mesmo após a prisão preventiva de membros da organização da qual fazia parte, continuou no cargo de secretário por algumas semanas, até ser exonerado.

Na denúncia, o MPRJ afirma que Edmar Santos atuou, “com vontade livre e de forma consciente, em comunhão de ações e desígnios, com os demandados na anterior denúncia oferecida na fase I da Operação Mercadores do Caos, desviando um milionário volume de recursos públicos destinados à compra de respiradores/ventiladores pulmonares, até hoje não entregues para o atendimento à população, ainda em meio à grave pandemia do novo coronavírus no estado.” Edmar vai responder pelos crimes de organização criminosa e peculato.

De acordo com as investigações, mesmo após a descoberta do esquema de desvio de recursos, a influência política de Edmar Santos ainda persiste, valendo lembrar a tentativa de sua nomeação para o cargo de secretário extraordinário, após a sua exoneração como secretário titular da pasta, conferindo-lhe pseudo-blindagem, numa estratégia que acabou barrada por decisão judicial.

Como fundamento para a prisão preventiva, o MPRJ aponta que, em liberdade, Edmar ainda pode adotar condutas para dificultar mais o rastreamento das verbas públicas desviadas, bem como destruir provas e até mesmo ameaçar testemunhas.

A reportagem tenta contato com a defesa do ex-secretário.

As outras fases da Operação Mercadores do Caos

A primeira fase da Operação Mercadores do Caos foi realizada em 7 de maio, quando foi preso o ex-subsecretário de saúde Gabriell Neves, além de empresários participantes do esquema. No dia 13 de maio, o MPRJ prendeu o controlador da empresa ARC Fontoura.

Em outra fase da operação, foram apreendidos em 9 de junho, no Galeão, respiradores pagos com verbas desviadas dos cofres públicos. Oito dias depois, foram cumpridos mandados de prisão no Rio e em Brasília.

Vale lembrar que nesta semana, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) encontrou uma série de irregularidades na compra e na entrega de respiradores por parte da Secretaria de Estado de Saúde (SES). O órgão deu 15 dias para que a pasta justifique as medidas adotadas na compra dos respiradores.


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