CPI da Saúde de Friburgo ainda aguarda entrega de documentos para prosseguir
Empresa suspeita ganhou mais duas semanas para a entrega dos papéis. Comissão já possui lista de nomes indicados para depor
27/11/18 - 13:53
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada na Câmara de Vereadores de Nova Friburgo, e que investiga contratos firmados pela Secretaria Municipal de Saúde, aguarda a entrega de documentos por parte da empresa Global Trade Indústria de Alimentação. A fornecedora de alimentos para unidades de saúde não cumpriu o prazo de entrega, 26 de novembro, e ganhou mais duas semanas (até o dia 10 de dezembro), para enviar os documentos aos vereadores. Por sua vez, a Prefeitura de Nova Friburgo, entregou quase a totalidade dos documentos solicitados.
Segundo o relator da CPI da Saúde, Zezinho do Caminhão (PSB), o Poder Executivo deixou de enviar apenas um deles.
“Acredito que a Prefeitura tenha interpretado de forma errada o nosso pedido e acabou faltando a entrega desse documento. Na reunião desta segunda, 26, definimos que até a próxima reunião, o Poder Executivo possa nos enviar esse último contrato”, declarou.
Zezinho também informou que será feito um pedido de dilação de prazo da Comissão por mais 60 dias, em razão do recesso do Legislativo, que se encerrará em fevereiro. O pedido deverá ser votado no plenário da Câmara.
“Vamos analisar esses contratos durante o recesso e de posse dos documentos, vamos agilizar os trabalhos no retorno das reuniões da CPI”, revelou.
O relator da comissão também destacou que também possui diversos nomes indicados para depor na CPI, como os ex-secretários e subsecretários de Saúde, Michelle Silvares; Suzane Menezes; e Christiano Huguenin, além da atual comandante da pasta, Tânia Trilha. Além disso, nomes ligados à Global também deverão depor, como o proprietário Ricardo Silveira Mora.
Contratos
Vale lembrar que a Comissão investiga os contratos assinados com dispensa de licitação pela Secretaria de Saúde com a empresa Global Trade Indústria de Alimentação. No fim de agosto, a Secretaria de Saúde de Nova Friburgo já havia se tornado alvo de uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) pelo mesmo motivo. De acordo com o órgão fiscalizador, a firma do município da Região Serrana do Rio foi contratada em caráter emergencial e sem licitação.
Segundo o MPF, em 2018 a Global foi contratada em duas ocasiões. A primeira, em janeiro, quando recebeu da Prefeitura R$ 3,3 milhões, além de um aditivo de R$ 164 mil, para o fornecimento de alimentação para pacientes, acompanhantes de pacientes e funcionários do Hospital Municipal Raul Sertã. A segunda vez, no último dia 6 de agosto, quando a Prefeitura realizou outro contrato com dispensa de licitação, no valor de R$ 2,9 milhões.
Vale destacar que a empresa foi contratada da mesma forma e com o mesmo propósito, sem licitação, também em 2017, quando recebeu do Executivo municipal R$ 2,1 milhões, com acréscimo de R$ 733 mil no contrato.