Alunos de escola rural de Friburgo protestam por falta de transporte escolar

Os alunos do Ceffa Colégio Estadual Agrícola Rei Alberto I, em Salinas, na zona rural de Nova Friburgo, Região Serrana do Rio, faltaram às aulas nesta quinta-feira, dia 4 de abril, como forma de protesto pela falta do serviço do transporte rural que leva os alunos à unidade escolar.

As salas do colégio ficaram vazias e o presidente do grêmio estudantil da instituição, Luidy Leite, gravou um vídeo nas redes sociais denunciando a situação. Além disso, Luidy cobra soluções para o problema por parte do poder público.

De acordo com o representante dos estudantes e com uma funcionária do local que não quis se identificar, o estado paga pelo serviço de transporte rural. Os documentos e a licitação são realizados pela Secretaria Estadual de Educação (Seeduc). Entretanto, segundo Luidy, a tarifa paga pelo Poder Executivo é pequena e dificulta a realização do serviço.

“O Brasil que eu quero é um país onde os estudantes possam vir estudar e tenham qualidade no transporte e seus direitos básicos”, afirma Luidy no vídeo.

Em entrevista ao Portal Multiplix, ele revela que a falta de transporte rural afeta 80% dos 152 alunos da unidade.

“Estou no terceiro ano do Ensino Médio e esta situação persiste há pelo menos três anos. Então, para chamar a atenção para o problema decidimos realizar esta paralisação. Sem o serviço, muitos alunos não têm como chegar à escola e outros precisam percorrer uma boa distância a pé para chegar no colégio”, afirma.

“Nossos professores já foram até a Secretaria de Educação e até fizeram uma denúncia no Ministério Público mas até agora nada foi resolvido. Caso a situação não se resolva, pretendemos realizar novas paralisações e seguir buscando denúncias nos órgãos competentes para encontrarmos uma solução”, conclui. A reportagem do portal Multiplix pediu respostas, via e-mail, para a Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) sobre o contrato e os motivos que levaram à falta do serviço na região mas não obteve resposta.

A escola é parte do Instituto Ibelga, que possui um método pedagógico que tem como objetivo, “adequar a educação no campo, nas áreas de agricultura familiar, onde a compatibilização das atividades escolares com os afazeres da produção agrícola é essencial”.