Agressão sofrida por cinegrafista no interior do Rio é repudiada por instituições de Jornalismo

Faltando menos de uma semana para o 2º turno das eleições, uma situação que vem se repetindo com certa frequência no Brasil voltou a ser destaque de maneira negativa. A agressão contra os profissionais da imprensa.

O repórter cinematográfico, Rogério de Paula, da Inter TV, afiliada da TV Globo, foi agredido nesse domingo, 23, por apoiadores do ex-deputado federal Roberto Jefferson, na cidade de Comendador Levy Gasparian, no Centro-Sul do estado.

O profissional foi atacado enquanto cobria a resistência do ex-deputado a um mandado de prisão cumprido pela Polícia Federal. Simpatizantes de Jefferson cercaram a equipe de reportagem e um deles deu um soco nas costas de Rogério, que caiu e bateu a cabeça.

Rogério está internado em um hospital de Três Rios, município próximo a Levy Gasparian. A equipe médica da unidade decidiu observá-lo até a manhã desta segunda-feira, 24, por conta de uma cirurgia que ele havia feito anteriormente na cabeça.

O agressor foi identificado pela polícia como Diogo Lincoln Resende, de 41 anos, morador de Três Rios. De acordo a Polícia Civil, o caso está sendo tratado como lesão corporal. O homem deve ser convocado a prestar esclarecimentos ainda nesta segunda.

Posicionamento das instituições

Em meio a mais um episódio de violência contra jornalistas, diversas instituições emitiram notas de repúdio nesse domingo, cobrando punição ao agressor. Uma das instituições é a própria Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji):

Esperamos que as autoridades fluminenses investiguem com celeridade a agressão ao cinegrafista. É inadmissível que profissionais de imprensa sejam impedidos de realizar o seu trabalho de levar informações de interesse público para a sociedade.

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) chama atenção para o aumento repentino no número de casos:

Não podemos naturalizar nem aceitar essa situação. Desde 2019, houve uma explosão da violência contra a categoria, a partir da chegada ao poder da extrema-direita.

A Inter TV também emitiu uma nota de repúdio:

A agressão covarde ao cinegrafista Rogério de Paula é um atentado ao direito democrático de informar. Rogério, um profissional premiado e com mais de 30 anos de empresa, foi atingido pelas costas enquanto trabalhava.

Brasil vive crescimento gradativo em número de agressões contra jornalistas nos últimos anos | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Aumento no número de agressões a jornalistas chama a atenção

Esse é mais um caso de violência, entre as centenas de agressões graves registradas só neste ano, de acordo com levantamento da Abraji.

Conforme os números do monitoramento feito pela Abraji, nos primeiros sete meses de 2022, foram registrados 66 atos de violência, que vão desde agressão física até a destruição de equipamentos e casos de assassinatos.

Ainda segundo o levantamento, esse número representa um crescimento de 69,2% em comparação com o mesmo período de 2021, que teve 39 casos contabilizados. A Abraji monitora ataques contra a imprensa brasileira desde 2013.

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