A pandemia mudou seus planos em 2020? Especialista te ajuda a adaptar as promessas feitas na virada do ano
Projeções para este ano ainda podem ser transformadas em novos objetivos e metas para conquistar
14/07/20 - 10:34
Todo dia 31 de dezembro é a mesma coisa. Vai chegando a hora da virada do ano e o ritual começa. Pensamentos positivos, simpatias prontas para serem feitas e as promessas na ponta da língua com a expectativa de que o próximo ano será melhor. Porém, no último dia de 2019, ninguém imaginava que em 2020 passaríamos por uma grande crise sanitária causada pelo novo coronavírus.
Chegamos em julho, o mês que se inicia o segundo semestre do ano. E com apenas cinco meses para chegar ao fim de 2020, a lista de objetivos para agora tem que esperar. As projeções e as promessas vão ficar apenas no papel. Mas como lidar com a frustração de não conseguir alcançar uma meta desejada? Dá para transformar os objetivos, mesmo com a pandemia?
“Quando na virada do ano determinamos nossa lista de metas e objetivos para 2020 e fizemos nossas promessas para o novo ano, baseamos nossas projeções na realidade daquele momento. Essas projeções não incluíam uma pandemia, a qual causou uma mudança repentina e extrema no cenário mundial”, destacou a psicóloga Nicolle Sampaio.
A profissional ainda explica que as gerações atuais nunca viveram um cenário dessa magnitude, como o vivenciado agora com a pandemia. Nicolle também afirma que novas situações acabam exigindo outras adaptações que acontecem a partir do desenvolvimento de estratégias e ferramentas para conseguir lidar com as circunstâncias atuais, ou seja, mudando planos e metas.
“Caso essas técnicas não se mostrem eficazes, devem ser modificadas quantas vezes for preciso. Com o início do distanciamento social, muitos definiram novas metas e fizeram novas promessas para aproveitar o tempo em casa: aprender um novo idioma, realizar exercícios físicos todos os dias, botar em dia projetos atrasados, ler uma quantidade exorbitante de livros. Hoje, quase quatro meses após os primeiros impactos da pandemia atingirem o Brasil, grande parte das pessoas estão frustradas com os objetivos que não conseguiram alcançar”, enalteceu Nicolle.
Ainda segundo a psicóloga é importante definir metas e criar objetivos para que todos se mantenham ativos e motivados durante os dias. Porém, nada de autoexigência e cuidado ao confundir pandemia com tempo livre.
“O excesso de autoexigência pode ter um efeito oposto, funcionando como um gatilho para sentimentos negativos, como ansiedade, frustação e sensação de fracasso. Um fator importante para a falta de sucesso em atingir essas metas é o fato delas não serem realistas e não considerarem um ponto importante: estar em isolamento social devido à uma crise mundial de saúde é diferente de estar de férias ou de voluntariamente passar mais tempo em casa”, frisou.
Além do isolamento, a falta do círculo social, o acúmulo das tarefas, seja no trabalho home office, e as atividades domésticas, o convívio familiar intensificado, o medo de contrair a doença e a preocupação com familiares e amigos, além das dificuldades financeiras podem atrapalhar a conquista dos novos objetivos. Buscar alternativas e identificar os obstáculos para poder realizar as adaptações necessárias são algumas dicas da profissional.
“Nesse momento, devemos ser empáticos com nós mesmos, e não críticos ou julgadores. É fundamental reconhecer nossas emoções desagradáveis e aceitar que elas são naturais e até mesmo saudáveis diante de tudo o que estamos vivendo. A partir disso, devemos buscar o equilíbrio entre a produtividade, o lazer e o autocuidado. Fazer uma lista de prioridades também é uma boa estratégia para ajudar na organização das tarefas”, finalizou Nicolle.