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Como vai ficar o cinema após a pandemia do novo coronavírus?

Amantes da sétima arte avaliam como o setor deve retomar as atividades depois da crise de saúde

Por Matheus Oliveira
05/06/20 - 15:13
Como vai ficar o cinema após a pandemia do novo coronavírus? O cinema foi um dos setores mais afetados pela pandemia de covid-19 | Foto: Banco de Imagem

A pandemia do novo coronavírus afeta de forma intensa o setor cultural. Em especial, o cinema. Com salas fechadas e lançamentos de filmes adiados, a sétima arte vem sofrendo perdas. A produção também está sob grande impacto, já que ainda não é possível retomar gravações. Todo esse cenário lança dúvidas a respeito do futuro do segmento após a crise sanitária.

Para o diretor da SerraAção, a Agência de Desenvolvimento do Polo Audiovisual de Nova Friburgo e Região, e também da Film Commission da cidade, Guilherme Rezende, assistir filmes nas salas de cinema não será uma realidade no curto prazo, em razão dos cuidados que o enfrentamento do covid-19 exige.

Ele destaca que em meio à pandemia um dos serviços de streaming disponíveis, a Netflix, teve um aumento no número de seguidores e precisa ser regulamentada.

“O streaming, o sistema de Video on Demand (VOD), já é uma realidade muito expressiva e precisa ser regulamentada urgentemente. Era uma questão que já se falava antes da pandemia, mas era secundária. Só no primeiro mês de isolamento social a Netflix ganhou inúmeros novos assinantes e começou a faturar, por mês, mais US$ 36 milhões do que faturava antes. Então, hoje se percebe uma enorme importância desse segmento e uma importância maior de ser regulado”, declara.

Guilherme explica ainda que regulamentar os serviços de streaming é importante por ser uma atividade cada vez mais usada.

"Entidades do cinema, como a API (Associação de Produtores Independentes) que faço parte, a Abravi e a Apro, dentre inúmeras outras, acreditam que só assim fica garantido um ambiente regulatório e igualitário para as plataformas de VOD atuarem em território nacional (e aí não só Netflix, HBO GO, Amazon Prime, etc). São empresas internacionais lucrando com o espectador brasileiro sem ter um acordo muito claro de retorno para o mercado local", declara antes de complementar.

"Resumindo bem drasticamente. Essas empresas internacionais, para lucrarem no Brasil, precisam investir em produções brasileiras (com produção própria ou licenciando filmes/séries já prontas) e precisam pagar o CONDECINE de forma justa para que possamos produzir mais e assim alavancar nossa produção cada vez mais", declara.

O diretor revela que mesmo com a flexibilização, os movimentos nas salas será menor do que o que era habitualmente, pois as salas deverão contar com distanciamento, além do medo que as pessoas vão ter de se contaminarem.

“O fazer cinema, produzir, já começa a acontecer ao redor do mundo com o desenvolvimento de protocolos de segurança bem rígidos. A Netflix já voltou a filmar na Europa, mas pra isso se utilizou de uma fábrica abandonada para criar uma espécie de cidade só para a produção do filme, evitando assim o contágio. Existem produções sendo feitas remotamente, com as câmeras e os microfones sendo entregues aos atores em casa e recebendo indicações dos técnicos e dos diretores via videoconferência”, revela, acrescentando que os estúdios devem ser cada vez mais usados.

Por sua vez, o diretor do Cineclube de Lumiar, Joaquim Ferreira, intitulado “Lumière - Loucos por Cinema”, também acredita que a sétima arte vai demorar a retomar à normalidade.

“As salas de cinema do país estão fechadas desde o final de março por causa da pandemia. Contudo, mesmo antes dela, os exibidores oficiais já atravessavam uma crise no setor. Um dos aspectos dessa crise foi o crescimento das plataformas de streaming com as exibições domésticas. Num cenário de reabertura do circuito exibidor a expectativa é que as salas continuem enfrentando dificuldades durante um tempo”, declara.

Ele ressalta que durante a pandemia, a solução encontrada para manter as atividades do cineclube, ironicamente, foram os recursos de streaming.

“No caso do Lumière - Loucos por Cinema, procuramos também através de sessões online manter a nossa programação. Realizamos nossa ultima sessão presencial no dia 13 de março, em São Pedro da Serra, e desde então passamos a exibir os filmes usando tais recursos. Por considerar que as sessões presenciais demorarão a voltar, planejamos também incluir, após nossas exibições, debates e conversas online sobre os filmes exibidos”, revela.

Por fim, ele destaca que “o espírito cineclubista é o da presença física, o do relacionamento social e do debate.”

Ele explica que os cineclubes são "espaços democráticos que promovem a reflexão à realidade, facilitando o acesso a diversos filmes e cinematografias, e valorizando a experiência da divulgação e da exibição. Uma curadoria coletiva feita a partir de indicações pessoais de integrantes do clube é a forma de escolha dos filmes exibidos toda as semanas. O grupo considera que o cinema une e reforça laços de amizade, tolerância e companheirismo. Esta é a prática cineclubista: a cada sessão, a cada filme exibido, agregamos pessoas e compartilhamos opiniões sobre o cinema."


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