Como denunciar violência doméstica durante o período de isolamento social?
A exemplo do que ocorreu na China, Brasil também pode ter aumento nos casos de violência contra mulheres e crianças, durante o período de prevenção à covid-19
27/03/20 - 15:26
Dados da ONG chinesa Weiping mostram que a quarentena na China, para a disseminação do covid-19, fez com que as denúncias de violência doméstica triplicassem, em apenas dois meses. De acordo com a ONU Mulher e outros órgãos internacionais de proteção feminina, no Brasil o aumento desses casos pode ser parecido.
As tentativas de feminicídio e os casos de violência sexual, principalmente em crianças, podem aumentar devido ao isolamento social. De acordo com os órgãos internacionais, a violência doméstica já era uma epidemia no Brasil antes mesmo do coronavírus e agora os casos podem disparar. A solução é tentar proteger as vítimas.
O tempo de convivência em casa, o estresse, a insegurança e outros fatores desencadeados pela epidemia de coronavírus com a quarentena faz com que a tensão aumente e o agressor haja.
A mulher na situação em que sofre a violência, durante a pandemia, não sabe a quem recorrer. Se ligar para uma amiga, o agressor pode ouvir. Os hospitais estão cheios com as suspeitas do covid-19, Ministério Público e centros de acolhimento de assistência social estão fechados e a vítima não sabe para onde ir.
As redes de apoio continuam funcionando por telefone ou online em atendimento às vítimas. O telefone 180 continua recebendo denúncias, assim como os órgãos online.
Os estupros também devem ser denunciados para conter o agressor. De acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2019, os crimes sexuais na faixa etária de 13 anos representam 53% dos estupros cometidos no Brasil e em 76% dos casos, os agressores são conhecidos da vítima, sendo pais ou padrastos.
Os órgãos internacionais recomendam que é preciso alertar os cuidados com os riscos e que todos fiquem mais atentos às crianças, principalmente durante a noite e a madrugada.
O serviço do governo federal, ligue 180, é gratuito e anônimo e passa informações sobre os locais que estão abertos mais próximo da vítima. As delegacias estão em regime de plantão e prioriza o atendimento às mulheres.