Brasil deve deixar de criar 80% dos postos de trabalho previstos para este ano
Desaceleração demonstrada nos últimos três meses estagnaram número de empregos formais
17/07/18 - 14:35
O número de vagas de emprego com carteira assinada, que começou o ano apresentando crescimento, vem demonstrando forte desaceleração nos últimos três meses, indicando uma interrupção na melhora gradual apresentada no ano passado.
No começo de 2018, o crescimento em vagas de emprego apontava abertura de 750 mil novos postos de trabalho neste ano. Entretanto, com a desaceleração na abertura de vagas, o saldo de novos empregos pode ficar em apenas 220 mil.
Segundo economistas, o número corresponde a 20% do previsto para 2018. Em 2017, a previsão era 1 milhão de novos postos de trabalho.
A lenta reação da atividade econômica vem ocasionando tais números. Em 2017, a alta para a economia brasileira era estimada em 2,7% para 2018. A previsão atingiu quase 3%, em março. No entanto, nos últimos três meses, as projeções vem sendo reduzidas e, hoje, não passam de 1,5%.
Segundo especialistas, o cenário de incerteza eleitoral, cenário externo tumultuado e paralisações, diminuem a confiança do empresariado, deixando a criação de vagas estagnadas. A média de 40 mil vagas criadas entre outubro e dezembro caiu para 24 mil entre março e maio.
A preocupação com a construção civil é maior entre todos os setores da economia brasileira.
“Não quer dizer que a gente voltou para a crise”, diz Cosmo Donato, economista da LCA Consultores, completando em seguida.
“O mercado de trabalho parou de demitir, mas não ingressou numa recuperação robusta a ponto de recuperar as vagas perdidas durante a crise. Na verdade, parecemos muito longe disso”, conclui.