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Biólogos advertem sobre risco de alimentar gaivotas e outras aves nas praias

Em Cabo Frio, placas serão instaladas para conscientizar banhistas que alimentam os animais

Por Vinícius Pereira
28/12/21 - 14:49
Biólogos advertem sobre risco de alimentar gaivotas e outras aves nas praias Alimentar gaivotas pode causar desequilíbro no ecossistema | Foto: Banco de imagem

Com a chegada do verão, é cada vez mais frequente avistar turistas e moradores em busca da foto perfeita nas praias da Região dos Lagos do Rio. No entanto, uma prática que está se tornando comum vem chamando a atenção dos biólogos. Aves, como as gaivotas e pombos, estão sendo alimentadas na tentativa de provocar uma aproximação com o animal. Especialistas alertam para os riscos desta ação.

De acordo com a bióloga marinha, professora e pesquisadora da Universidade Santa Úrsula, Natalie Meurer, a atitude prejudica a saúde dos pássaros e causa desequilíbrio ao ecossistema.

“O ato de dar batata frita e outros alimentos para as gaivotas pode ser divertido, mas se elas estiverem na fase de reprodução vão levar os alimentos de baixo valor nutricional para os filhotes, e é bem provável que eles nem cheguem à idade juvenil”, alerta a bióloga.

Eraldo Cunha, presidente da Associação da Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo (Aremac), explica que alimentar as gaivotas pode prejudicar o ecossistema e o ciclo da pesca artesanal.

“Gaivota não come batata frita. Não faz parte da alimentação dela. Alimentá-las pode ser um hábito perigoso. A gaivota, por exemplo, está lá para mostrar ao pescador onde estão os cardumes e é de sua natureza caçar. Ao mudarmos isso, acabamos atrapalhando o próprio ciclo natural da pesca”, disse o presidente Aremac.

Placas de conscientização serão colocadas nas praias de Cabo Frio

Para promover a conscientização contra este tipo de ação, a secretaria de Meio Ambiente e Saneamento de Cabo Frio, anunciou na última quinta-feira, 24, que vai iniciar uma campanha com a instalação de placas na orla das praias da cidade. O intuito é chamar a atenção de moradores e turistas para que evitem este tipo de prática.

“Infelizmente não temos como fiscalizar todos os pontos para evitar que isso aconteça. Então faremos uma campanha educativa com a distribuição desses informativos nas praias para, ao menos, conscientizar as pessoas. Após esta ação, precisaremos contar com a boa vontade e o bom senso dos frequentadores”, afirmou o secretário de Meio Ambiente e Saneamento, Juarez Lopes.

Gaivota ataca mesa de turistas em Cabo Frio

Mudança de hábito pode causar problemaMudança de hábito pode causar problema | Foto: Divulgação/Aremac

Em novembro do ano passado, uma gaivota 'atacou' uma mesa com petiscos no momento em que o turista saiu para dar o mergulho, na Praia do Peró, em Cabo Frio. Ninguém se feriu.

De acordo com os agentes da Aremac, é comum ouvir relatos de ataques a pessoas, principalmente idosos e crianças que estejam distraídos comendo nas barracas de praia, cadeiras de banho de sol e até deitadas em cangas.

O que as gaivotas comem?

De acordo com especialista, a dieta dessas aves é variada: basicamente comem tudo o que possa ser comestível. Mesmo assim, é mais frequente que se alimentem de todos os pequenos animais marinhos, como peixes, estrelas-do-mar, diferentes tipos de crustáceos e moluscos.

A urbanização das costas levou a uma mudança do comportamento das gaivotas nos últimos tempos, expandindo sua caça e alimentação para áreas mais distantes, acompanhando o curso de rios e praias.

O perigo de alimentar pombos na praia e em outros locais das cidades

Contato com o animal pode ser perigoso Contato com o animal pode ser perigoso | Foto: Banco de imagem

O infectologista Edmilson Migowski, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), alerta para os perigos da proliferação dos pombos em áreas urbanas. Nas cidades da Região dos Lagos, como Cabo Frio e Arraial do Cabo, os animais também estão presentes nas praias e se aproximando cada vez mais dos banhistas.

Esses pássaros podem causar mais de 50 tipos de doenças ao homem e aos animais domésticos, como tuberculose, toxoplasmose e criptococose. Podem levar à morte e até deixar sequelas graves.

“A maioria das pessoas contaminadas por fungos tem uma baixa imunidade em virtude de uma saúde debilitada”, explica Edmilson Migowski, infectologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Veja outras notícias das Regiões Serrana e dos Lagos do Rio no Portal Multiplix.


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