Bate-boca entre candidatos marca o último debate presidencial antes das eleições

Quem ligou a TV nessa quinta-feira, 29, com o desejo de assistir a propostas e discussão de ideias, se deparou com bate-boca, trocas de ofensas e inúmeros pedidos de direito de resposta, no último debate presidencial antes do 1° turno das eleições.

O clima acalorado foi percebido logo nos primeiros minutos do encontro promovido pela TV Globo. Participaram os candidatos: Ciro Gomes (PDT), Felipe D'Ávila (Novo), Jair Bolsonaro (PL), Lula (PT), Padre Kelmon (PTB), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União).

A emissora seguiu a lei eleitoral e, por isso, teve como convidados os candidatos de partidos com representação no Congresso Nacional de, no mínimo, cinco parlamentares, e sem impedimento na Justiça, seja eleitoral ou comum.

O mediador do debate, William Bonner, teve trabalho para tentar controlar os participantes | Foto: Reprodução/TV Globo

O debate foi dividido em quatro blocos. O primeiro e o terceiro tiveram temas livres, enquanto no segundo e no quarto, os temas foram determinados. Apesar das normas estabelecidas, foi visto muito desrespeito às regras por parte dos candidatos, que ainda tiveram tempo para suas considerações finais.

Primeiro bloco

No primeiro embate protagonizado entre Ciro e Lula, o tom já subiu dando indícios do que estava por vir. Mas foi após a dobradinha entre Bolsonaro e Kelmon, que o clima de confusão se estabeleceu no evento. Três direitos de resposta foram concedidos pela organização: dois a Lula e um a Bolsonaro, depois de algumas trocas de ofensas pessoais entre eles.

Outros dois direitos de resposta foram concedidos a Lula no primeiro bloco, a ponto que o candidato chegou a se mostrar incomodado pela situação. Ficou a cargo dos outros candidatos presentes tentarem amenizar a temperatura, mas tendo como alvos Lula e Bolsonaro, que lideram as pesquisas, diversas acusações também partiram de Felipe, Simone e Soraya.

Segundo bloco

A segunda parte do debate se seguiu de maneira mais controlada, com os candidatos discutindo sobre temas determinados pela emissora. Sob o tema ‘cotas raciais’, Felipe chamou Lula para debater. Depois foi a vez de Simone chamar Bolsonaro para discutir sobre mudanças climáticas. Padre Kelmon conversou sobre a educação com Ciro. O candidato do PDT, por sua vez, debateu sobre emprego com Soraya.

Nesse bloco, a temperatura esteve mais elevada no embate entre Padre Kelmon e Soraya Thronicke. A candidata chegou a se confundir a respeito do nome do candidato do PTB, que entendeu a atitude como ofensa. Em dado momento, Soraya chegou a perguntar a Kelmon, se “ele não teria medo de ir para o inferno”, o que elevou o clima mais uma vez.

Terceiro bloco

A penúltima parte do debate se desenrolava de forma tranquila, enquanto Bolsonaro e Felipe faziam mais uma dobradinha. Quando Kelmon e Lula ficaram frente a frente, no entanto, o debate chegou ao seu momento mais quente. Os candidatos deixaram de lado seus respectivos tempos e bateram boca, a ponto do mediador, William Bonner, ter que chamar a atenção dos dois.

Em meio ao clima pesado, Felipe e Simone vieram em seguida para debater economia. Depois Ciro chamou Bolsonaro para apontar supostos casos de corrupção no governo atual. O tema cultura, foi discutido por Lula e Ciro, enquanto Soraya e Simone puderam fazer uma dobradinha sobre educação.

Quarto bloco

No último bloco, os ânimos se acalmaram e os candidatos finalmente voltaram as atenções para os problemas do Brasil. Temas como: segurança, saúde, gastos públicos, privatização, agricultura e habitação, estiveram em pauta para discussão dos postulantes ao cargo de presidente.

Em tom bem mais tranquilo, todos apresentaram algum tipo de proposta, ainda que as trocas de acusações continuassem presentes na conversa.

Considerações finais

A emissora disponibilizou 1 minuto e 30 segundos para que cada candidato elaborasse sua consideração final. Por ordem definida em sorteio, falaram os candidatos: Felipe D'Ávila, Ciro Gomes, Padre Kelmon, Simone Tebet, Jair Bolsonaro, Lula e Soraya Thronicke.

Cada candidato usou seu tempo para direcionar a fala ao seu público mais fiel, aproveitando para criticar o governo atual (exceto Bolsonaro) ou para criticar o governo do PT (exceto Lula). Por fim, todos lembraram aos eleitores os seus respectivos números nas urnas.

Além dos candidatos convidados pela emissora, disputam o cargo de presidente outros quatro nomes, são eles: Constituinte Eymael (DC), Léo Péricles (UP), Sofia Manzano (PCB) e Vera Lúcia (PSTU).

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