Apenas 16% dos alunos matriculados na rede municipal de Nova Friburgo voltaram às aulas presenciais
Mais da metade das unidades escolares do município já reabriram, mas ensino remoto ainda permanece
05/10/21 - 15:48
A Prefeitura de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, autorizou, nesta semana, o retorno às aulas presenciais de mais duas escolas da rede municipal de ensino, totalizando 68 unidades que já reabriram na cidade desde maio. O município possui, no total, 121 escolas.
Mas, na prática, quantos alunos deixaram suas casas e retomaram à rotina normal dentro da sala de aula até o momento?
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, estão estudando presencialmente 2.903 alunos, sendo 939 da educação infantil e outros 1.964 do ensino fundamental.
O número chama a atenção por ainda ser bastante inferior (apenas 16%) em relação ao total de alunos matriculados na rede municipal, que é de 18.437.
Em nota, a secretaria disse que a opção do ensino remoto permanece para os pais que preferirem, mas que vem atuando de forma a passar informações sobre os protocolos adotados na volta à sala de aula.
Protocolos de segurança
Segundo o Poder Executivo, antes de serem liberadas ao retorno, as escolas passam por inspeção da Defesa Civil, da Secretaria Municipal de Obras e da Vigilância em Saúde, e somente após a liberação dessas pastas, podem funcionar presencialmente.
A prefeitura determina que o retorno de atividades presenciais deve ocorrer apenas após o cumprimento de itens como:
Divulgação do plano de retorno e de boas práticas sanitárias para todos os trabalhadores, estudantes e famílias;
Adequação de procedimentos para higienização e desinfecção de todas as áreas do espaço escolar;
Capacidade de adoção de procedimentos para casos suspeitos de Covid-19 no ambiente escolar;
Articulação com o sistema de saúde público local para a definição dos procedimentos de acompanhamento dos casos, rastreamento dos contatos e realização das testagens;
Realização de estudos sobre os espaços físicos das unidades educacionais;
Instituição de equipe local para implantação e monitoramento do plano de retorno e de boas práticas sanitárias;
Postagem de sinais de advertência em locais visíveis que promovam medidas protetoras adequadas (tais como: imagens sobre a transmissão do vírus, adequada higienização das mãos, etiquetas de tosse, espirro e uso obrigatório de máscara);
As instituições de ensino devem estar devidamente equipadas com EPIs, sendo a responsabilidade pelo fornecimento destes equipamentos, no caso de instituições públicas, o Poder Executivo;
Destinação de área de isolamento para casos suspeitos de Covid-19.
As instituições ainda deverão realizar a metragem de cada sala e o cálculo da capacidade seguindo as orientações de segurança sanitária, garantindo o distanciamento mínimo de 1m entre os alunos, e entre professores e estudantes.
Infectologista defende protocolos e vacinação
Em entrevista ao Portal Multiplix, a médica infectologista Délia Engel afirma que com o avanço da vacinação e a retomada de outros setores, não cabem mais questionamentos sobre o retorno às aulas.
“Estamos hoje em um momento em que mais pessoas estão vacinadas e com um menor número de pessoas adoecendo ou sendo hospitalizadas. Acho que não cabe mais qualquer questionamento sobre o retorno às aulas presenciais. Bares e restaurantes abertos, comércio e indústria trabalhando normalmente, transporte público sendo feito sem nenhum cuidado especial além do uso da máscara. Por que motivo as crianças não devem voltar a frequentar a escola? ”, questiona.
Entretanto, a infectologista indica de que maneira as salas de aula devem receber os estudantes e faz uma ressalva.
“As salas de aula devem ser ventiladas e deve haver espaçamento entre as cadeiras dos estudantes que têm de seguir utilizando máscaras em sala. Além disso, sabemos que a pandemia é dinâmica e não há como fazermos previsões a longo prazo. As condutas podem e devem sempre ser revistas”, destaca Délia.
Por fim, com o andamento da aplicação da primeira dose em menores de idade, a médica ressalta a importância da vacinação para uma retomada mais segura.
“Não podemos baixar a guarda em relação ao calendário de vacinação”, conclui.
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