Ambientalista: efeitos do aquecimento global já podem ser sentidos na Região Serrana
Geógrafo de Nova Friburgo afirma que um dos maiores riscos que as mudanças climáticas representam para a região é o “fim” da água
18/12/19 - 09:47
Terminou no último domingo, dia 15 de dezembro, a 25ª edição da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), conhecida como COP-25. O encontro aconteceu em Madrid, capital da Espanha, e durou 15 dias.
A reunião uniu representantes de mais de 200 países e foram discutidas as mudanças climáticas que acontecem no planeta. A próxima reunião de países para discutir o tema vai acontecer em Glasgow, no Reino Unido, em novembro de 2020.
De acordo com a WWF, organização não governamental (ONG) internacional focada nos cuidados com o meio ambiente, os principais fenômenos climáticos que assolam o planeta Terra são o aquecimento global e o efeito estufa.
O aquecimento global, de acordo com a ONG, é o aumento na temperatura dos oceanos e da camada de ar próxima à superfície terrestre, o que interfere diretamente nas mais diversas formas de vida.
Já o efeito estufa é um fenômeno natural que cria uma camada de gases que servem para reter o calor, necessário à manutenção da vida humana. O problema é que o ser humano está produzindo esses gases em excesso, a camada está cada vez mais espessa e o planeta cada vez mais quente.
Para Fernando Cavalcanti, que atua como geólogo e professor em Nova Friburgo, os sinais das mudanças climáticas podem ser sentidos diretamente em todo o estado, especialmente na Região Serrana.
“O estado do Rio tem uma das piores disponibilidades hídricas do Brasil e poderá piorar sem uma política de combater o desmatamento. As temperaturas passam a ser extremadas, as chuvas ficam descontroladas, e isso tudo somado promove a seca de nascentes trazendo a maior das ameaças: a falta de água”, comenta.
Ainda de acordo com Fernando, o planeta vem passando por sérios problemas na ordem ambiental, e que podem trazer consequências mais sérias ainda.
“A humanidade está criando um sistema que produz lixo o tempo todo. Seja lixo na atmosfera através da poluição, lixo plástico, impactando a vida nos oceanos como nunca e até mesmo a produção de lixo mental, produzindo ações que são guiadas pela ignorância e ódio”, explica o professor.
As metas definidas na reunião internacional devem ser cumpridas pelos países participantes, mas as ações de cuidado com o meio ambiente podem começar dentro de cada lar. É o que explica Fernando.
“A coleta seletiva e a reciclagem já são realidade em alguns países e cidades no exterior, e os efeitos das mudanças climáticas já podem ser sentidas. Cada pessoa pode ajudar encaminhando seu lixo para a reciclagem, plantando árvores e educando os mais jovens”, finaliza.